Monday, June 27, 2011

anotações digitais - arte como religião V -






de "PADRÕES SOCIAIS E USO DO ESPAÇO PÚBLICO" - CADERNO CRH, Salvador, v. 18, n. 45, p. 377-394, Set./Dez. 2005

"...
A cidade se converte, então, no lugar do
indivíduo livre do vínculo ou condicionante ideológico,
cujas metas e objetivos são: o desejo de
prazer e a busca da distinção social, a avidez de
consumo, a afirmação de identidade...Os espaços
da cidade contemporânea, ao contrário da cidade
do período fordista, não reproduzem mais a dinâmica
de uma relação de classe; consistem agora
em itinerários individuais, imprevisíveis, aleatórios,
traçados pelo hiper-consumo, que são propriedades
do indivíduo e não da sociedade
(Amendola, 2000)

A valorização da privacidade transformou
radicalmente a vida pública. Nas cidades, ao longo
da história, as praças exerciam um papel de
centros simbólicos, lúdicos e de intercâmbio.
Chidister (1989) ressalta que o que lhe dava essa
conotação de importância central na vida da cidade,
e contribuía para sua intensa utilização, era o
modo de viver dessas sociedades.
O modo de vida público e corporativo era não só o resultado de
uma concepção societária, mas também uma necessidade
de sobreviência, de defesa e de se manter
a ordem social. Ágoras, fóruns e praças eram,
nas cidades gregas, romanas e medievais, os únicos
lugares onde todos os cidadãos podiam se reunir,
e a ausência de meios de comunicação tornava
as reuniões públicas vitais...
Além disso, para maior parte
da população, a precariedade das casas fazia com
que o espaço público fosse mais confortável que o
privado (Chidister, 1989)...
A
vida era vivida nas ruas e praças. A vida pública,
nessas sociedades, era o resultado do profundo
sentimento de interdependência entre seus habitantes,
e suas obrigações sociais dirigiam as energias
ao bem comum...
o aumento da diferença entre ricos e pobres
e dos problemas sociais que advêm disso faz com
que a diferenciação social na cidade contemporânea
assuma contornos totalmente novos, com uma
separação física e simbólica cada vez mais clara
dos espaços ocupados pelas populações que podem
ou não podem consumir. O centro era compartilhado,
um campo comum, o foco da vida política,
social e religiosa (Chidister, 1989).
Esses dois mundos de incluídos e excluídos
convivem em paralelo. Ao lado da cidade na
qual cada um deseja – e consegue viver seu sonho
– está a cidade real. Essa “outra cidade”, escondida
mas ao mesmo tempo real, que ameaça a dos
sonhos, é a razão mesma de sua existência.
...
Numa sociedade de classes,
espera-se a ascensão, nunca o descenso social,
e ela deve ser visível em símbolos de classe,
tais como a roupa, o meio de locomoção, o tipo de
atividade, os modos de expressão verbal e gestual,
as formas de lazer, o bairro e a casa onde se vive,
as lojas onde se compra, o clube e os restaurantes
que se freqüenta. Em resumo, os espaços que essa
classe social ocupa. O espaço é, pois, simultaneamente,
indicador econômico e da situação social...
Segregação e segmentação para comunidades de
minorias étnicas, trabalhadores e imigrantes, reforçam,
portanto, a tendência a reduzir o mundo à
sua cultura própria e à sua experiência local, específicas
e penetradas tão somente por imagens
televisivas estandartizadas e conectadas
miticamente, no caso dos imigrantes, a histórias
de sua pátria de origem....


REFERÊNCIAS
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Monday, June 20, 2011

anotações digitais - arte como religião IV






de --> http://www.maconaria.net/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=42

O Rito de Emulação é o resultado da experiência ritual de múltiplas fontes. Representa a “pacificação” entre a antiga e a nova Maçonaria, e pertence a todos os Irmãos que o adotaram como instrumento de regularidade iniciática e espiritual.

A Maçonaria atual, sendo derivada da Antiga Maçonaria, apresenta novas características que, embora configurem algumas mudanças na antiga tradição, não foram suficientes para desfigurar totalmente os antigos princípios da Instituição Operativa. A ausência de dogmas, a religiosidade sem intermediários, a ritualística sacramental sem adoração nem veneração, formam um todo doutrinário único que não precisa, para se afirmar, de nenhum contexto exotérico externo à Ordem Maçônica.

anotações digitais - arte como religião III






de --> http://choli.sites.uol.com.br/ritos.htm
"Origem e natureza do rito
Ritos religiosos
Tipologia dos ritos - Imitativos, Positivos e negativos, Ritos de sacrifício, de passagem, Ritos de fortalecimento, Ritos relacionados com os alimentos.

Por meio dos ritos de separação ou sacralização, a pessoa acede ao sagrado, "morre", abandona o mundo profano. Durante o período de confinamento ou retiro espiritual, a pessoa se encontra, ou acredita encontrar-se em comunicação com o sagrado; ela mesma é sagrada. Seu "regresso", seu renascimento para o mundo do profano, faz-se por meio de ritos de dessacralização ou agregação."

anotações digitais - arte como religião II

"The art represented here is the result of the continued exploration of the relationship between light and sound and individual and personal expressions of it. "
_ No processo da construção de uma madala, a arte transforma-se numa cerimônia religiosa e a religião transforma-se em arte. Quando a mandala está terminada, apresenta-se como uma construção extremamente colorida. Depois do ciclo é desmanchada, a areia é depositada, geralmente, na água. Apenas uma parte é guardada e oferecida aos participantes._

--> de http://www.tessashields.com/mission.html






--> de http://dc96.4shared.com/img/tWH1u_B0/preview.html

"Uma existência psíquica só pode ser reconhecida pela presença de conteúdos capazes de serem conscientizados. Só podemos falar, portan­to, de um inconsciente na medida em que comprovarmos os seus conteú­dos. Os conteúdos do inconsciente pessoal são principalmente os com­plexos de tonalidade emocional, que constituem a intimidade pessoal da vida anímica. Os conteúdos do inconsciente coletivo, por outro lado, sào chamados arquétipos.
O termo archetypusjá se encontra em FILO JUDEU2 como referên­cia à imago dei no homem. Em IRÍNEU também, onde se lê: "Mundi fa­bricator non a semetipso fecit haec, sed de alienis archetypis transtulit " (O criador do mundo não fez essas coisas diretamente a partir de si mes­mo, mas copiou-as de outros arquétipos). No Corpus Hermeücum , Deus é denominado το αρχέτυπον φως (a luz arquetípica). Em DIONÍS1O AREOPAGITA encontramos esse termo diversas vezes como "De coe-lesti hierarchia"' : αι αύλαι άρχετυπιαι (os arquétipos imateriais), bem como "De divinis nominibus " . O termo arquétipo não é usado por AGOSTINHO, mas sua idéia no entanto está presente; por exemplo em ''De divers is quaestionibus ", "ideae... quae ipsae format ae non sunt... quae in divina inielligentia continentur" . (idéias... que não são forma­das, mas estão contidas na inteligência divina). "Archetypus" é uma pe-rífrase explicativa do είδος platônico. Para aquilo que nos ocupa, a de­nominação é precisa e de grande ajuda, pois nos diz que, no concernente aos conteúdos do inconsciente coletivo, estamos tratando de tipos arcai­cos - ou melhor - primordiais, isto é, de imagens universais que existi­ram desde os tempos mais remotos...O ensinamento tribal é sagrado e perigoso. Todos os ensinamentos secretos procuram captar os acontecimentos invisíveis da alma, e todos se arrogam a autoridade suprema. O que é verdadeiro em relação ao ensi­namento primitivo o é, em maior grau, no tocante às religiões dominan­tes do mundo. Elas contêm uma sabedoria revelada, originalmente ocul­ta, e exprimem os segredos da aíma em imagens magníficas. Seus tem­plos e suas escrituras sagradas anunciam em imagens e palavras a doutri­na santificada desde eras remotas, acessível a todo coração devoto, toda visão sensível, todo pensamento que aîinge a profundeza. Sim, somos obrigados mesmo a dizer que quanto mais bela, mais sublime e abran­gente se tornou a imagem transmitida pela tradição, tanto mais afastada está da experiência individual. Só nos resta intuí-la e senti-la, mas a ex­periência originária se perdeu Por que é a psicologia a mais nova das ciências empíricas? Por que não se descobriu há muito o inconsciente e não se resgatou o seu tesouro de imagens eternas? Simplesmente porque tínhamos uma fórmula religio­sa para todas as coisas da alma - muito mais bela e abrangente do que a experiência direta. Se a visão cristã do mundo esmaeceu para muitos, as câmaras dos tesouros simbólicos do Oriente ainda repletos de maravi­lhas podem nutrir por muito tempo ainda o desejo de contemplar, usando novas vestes. Além do mais, estas imagens - sejam elas cristãs, budistas ou o que for - são lindas, misteriosas e plenas de intuição. Na verdade, quanto mais nos aproximarmos delas e com elas nos habituarmos, mais se desgastarão, de tal modo que só restará a sua exterioridade banal, em seu paradoxo quase isento de sentido. O mistério do nascimento virginal ou a homoousia do Filho com o Pai, ou a Trindade, que não é uma tríade, não propiciam mais o vôo da fantasia filosófica. Tomaram-se meros ob­jetos de fé. Não surpreende, portanto, que a necessidade religiosa, o sen­tido da fé e a especulação filosófica do europeu culto se sintam atraídos pelos símbolos do Oriente - pelas grandiosas concepções da divindade na índia e pelos abismos da filosofia taoísta na China - tal como outrora o coração e o espírito do homem da Antigüidade foram seduzidos pelas idéias cristãs. Há muitos que se entregaram inicialmente aos símbolos cristãos a ponto de se emaranharem numa neurose kierkegaardiana, ou cuja relação com Deus - devido ao crescente depauperamento da simbó­lica, evoluiu para uma insuportável e sofisticada relação Eu-Tu - para cairem depois vítimas da novidade mágica e exótica da simbólica oriental. O sucumbir à nova simbólica não significa necessariamente sempre uma derrota; apenas prova a abertura e vitalidade do sentimento religioso. ..."

anotações digitais - arte como religião"






"Ao sonhar, temos acesso a diferentes níveis de nosso subconsciente (ou inconsciente). Lá estão armazenadas as memórias de todos os nossos sucessos, desejos e esperanças, assim como as recordações de nossas experiências anteriores. O subconsciente também possui abundantes recursos dos quais, frequentemente, nem sequer suspeitamos; é extremamente hábil para resolver problemas, responder a perguntas, facilitar exames de consciência e despertar faculdades psíquicas..."inconsciente coletivo", que é proveniente de uma autêntica realidade espiritual que não foi reconhecida por Freud. Neste nível podemos nos comunicar uns com os outros através de símbolos universais ou arquétipos...através de seus símbolos ou temas universais, numerosos contos e mitos de diferentes culturas se assemelham...Ao sonhar, fazemos uma comparação, ou "correlação" como costumava dizer Cayce, entre nossas ações recentes e nossos critérios pessoais...Na terminologia de Cayce, a personalidade designa o que os outros vêem de nós, exibido por nosso ego. Pertence, portanto, ao reino da ilusão que oculta nossa essência divina. A individualidade se define como "a lâmpada interior", "o que brilha desde dentro, diferenciando-nos uno dos outros." [345-2] Nossa individualidade é nosso eu verdadeiro, nossa natureza profunda, nossa alma, o ser espiritual que forjamos desde que existimos." --> de http://www.edgarcayce.com.br/sonhos.asp