Wednesday, August 22, 2012

Vômito e Não - O seminário.



Um seminário polêmico pelo título e pelos patrocinadores...

http://ivseminarioppgartesuerj.blogspot.com.br/


Na mesa de debates de ontem, a questão-proposição era:

Por quanto você se vende?

Por uma foto de uma carta de amor escrita na escola? Por uma maçã iraniana? Por manchas nas paredes ou no chão? Pela subjetivação de objetos? Ou por um garçom-macaco-faxineiro?

Engulo.

Eu me vendo por muito pouco.. ou quase nada. Por uma olhadela, um sorriso, qualquer forma de atenção ou desatenção, faça não... tempestade em copo d'água!

Hora de vomitar:

Meu solipsismo foi gerado no solilóquio que criei ao me achar no escuro. Uma voz chega a alguem no escuro, e rompe-se a inércia, dá-se a luz e da turbulência do átomo faz-se o verbo: Brasilinificticiar (e Ficçãoonar!).

A questão do ensinar deveria passar primeiro pelo quê mais podemos aprender com tal ato. Que a vida é continuamente contraditória? Que a verdade é a impermanência? Quem em cofres não se guarda nada, só se perde a coisa à vista? Viver é ver, viver é ser passível de morrer, viver se aprende vivendo, viver dói... mas é uma dor maravilhosa, é a dor que nos assegura que estamos vivos.
É preciso reaprender a ver a vida... nas manchas das paredes, na materialidade dos objetos que insistimos em matar precariamente para dar lugar à novos objetos(em nome do progresso!). E é preciso de tempo para isso.

É preciso de calma.

É preciso ser beatamente ocioso... mas ATENÇÃO!!!


IMAGINAR. Várias igrejas, católicas, evangélicas, templos budista, muçulmanos...
e sobre estas imagens em letras magrittais : "CECI N'EST PAS RELIGION"


Religião É alteridade. Sem alteridade não se pode conceber Religião.

As institucionalização das idéias, que se apropriam delas, as escondem para tomar seus lugares, e uma vez empoderadas, fazem de tudo para destruí-las. Mas idéias não são coisas, e por mais que tentem escondê-las é impossível apagar seu rastro. E é esse canto que nos move, independente das instituições, à perceber a vida em tudo. E somente quando estamos totalmente impregnados por essa consciência, é que nos tornamos soberanos. E somente quando, sendo soberanos, praticamos o amor, é nos tornamos verdadeiramente livres. Isso é ser religioso.