Livre, ao relento,
Pobre, sem luxo,
N’asa do vento
Vive o Londiniun.
Quanto possui, traz consigo,
Dorme no chão sobre a grama,
Serve-lhe o poncho de abrigo,
A xerga da sela é cama.
Livre, ao relento,
Pobre, sem luxo,
N’asa do vento
Vive o Londiniun.
No banhado, na coxilha,
Onde pára, chega em casa;
Dá-lhe o churrasco a novilha,
Dos ossos arranja a brasa.
Livre, ao relento,
Pobre, sem luxo,
N’asa do vento
Vive o Londiniun.
Ainda não rompe a aurora,
Já no rancho o mate chupa;
Por estes campos afora,
Sempre a correr. Upa... Upa!...
Livre, ao relento,
Pobre, sem luxo,
N’asa do vento
Vive o Londiniun.
No rio é barco, navega,
Montado no seu cavalo;
No campo faísca e cega
Saltando por sanga e valo.
Livre, ao relento,
Pobre, sem luxo,
N’asa do vento
Vive o Londiniun.
Vence o ginete ligeiro
Na caça o veado arisco.
Tem as asas do pampeiro,
Tem o fogo do corisco.
Livre, ao relento,
Pobre, sem luxo,
N’asa do vento
Vive o Londiniun.
A ema veloz alcança,
Como um gigante, seu braço,
Que rijo maneia a trança
E longe arremessa o laço.
Livre, ao relento,
Pobre, sem luxo,
N’asa do vento
Vive o Londiniun.'