Wednesday, August 8, 2007

Churrasco dos Londiniuns

(brincando com a poesia O Gaucho, de J.de Alencar - no original seria Gaucho, ao inves de londinium)

Livre, ao relento,
Pobre, sem luxo,
N’asa do vento
Vive o Londiniun.






Quanto possui, traz consigo,
Dorme no chão sobre a grama,
Serve-lhe o poncho de abrigo,
A xerga da sela é cama.

Livre, ao relento,
Pobre, sem luxo,
N’asa do vento
Vive o Londiniun.





No banhado, na coxilha,
Onde pára, chega em casa;
Dá-lhe o churrasco a novilha,
Dos ossos arranja a brasa.

Livre, ao relento,
Pobre, sem luxo,
N’asa do vento
Vive o Londiniun.






Ainda não rompe a aurora,
Já no rancho o mate chupa;
Por estes campos afora,
Sempre a correr. Upa... Upa!...

Livre, ao relento,
Pobre, sem luxo,
N’asa do vento
Vive o Londiniun.




No rio é barco, navega,
Montado no seu cavalo;
No campo faísca e cega
Saltando por sanga e valo.

Livre, ao relento,
Pobre, sem luxo,
N’asa do vento
Vive o Londiniun.




Vence o ginete ligeiro
Na caça o veado arisco.
Tem as asas do pampeiro,
Tem o fogo do corisco.

Livre, ao relento,
Pobre, sem luxo,
N’asa do vento
Vive o Londiniun.





A ema veloz alcança,
Como um gigante, seu braço,
Que rijo maneia a trança
E longe arremessa o laço.

Livre, ao relento,
Pobre, sem luxo,
N’asa do vento
Vive o Londiniun.'

No comments: