Monday, June 20, 2011

anotações digitais - arte como religião II

"The art represented here is the result of the continued exploration of the relationship between light and sound and individual and personal expressions of it. "
_ No processo da construção de uma madala, a arte transforma-se numa cerimônia religiosa e a religião transforma-se em arte. Quando a mandala está terminada, apresenta-se como uma construção extremamente colorida. Depois do ciclo é desmanchada, a areia é depositada, geralmente, na água. Apenas uma parte é guardada e oferecida aos participantes._

--> de http://www.tessashields.com/mission.html






--> de http://dc96.4shared.com/img/tWH1u_B0/preview.html

"Uma existência psíquica só pode ser reconhecida pela presença de conteúdos capazes de serem conscientizados. Só podemos falar, portan­to, de um inconsciente na medida em que comprovarmos os seus conteú­dos. Os conteúdos do inconsciente pessoal são principalmente os com­plexos de tonalidade emocional, que constituem a intimidade pessoal da vida anímica. Os conteúdos do inconsciente coletivo, por outro lado, sào chamados arquétipos.
O termo archetypusjá se encontra em FILO JUDEU2 como referên­cia à imago dei no homem. Em IRÍNEU também, onde se lê: "Mundi fa­bricator non a semetipso fecit haec, sed de alienis archetypis transtulit " (O criador do mundo não fez essas coisas diretamente a partir de si mes­mo, mas copiou-as de outros arquétipos). No Corpus Hermeücum , Deus é denominado το αρχέτυπον φως (a luz arquetípica). Em DIONÍS1O AREOPAGITA encontramos esse termo diversas vezes como "De coe-lesti hierarchia"' : αι αύλαι άρχετυπιαι (os arquétipos imateriais), bem como "De divinis nominibus " . O termo arquétipo não é usado por AGOSTINHO, mas sua idéia no entanto está presente; por exemplo em ''De divers is quaestionibus ", "ideae... quae ipsae format ae non sunt... quae in divina inielligentia continentur" . (idéias... que não são forma­das, mas estão contidas na inteligência divina). "Archetypus" é uma pe-rífrase explicativa do είδος platônico. Para aquilo que nos ocupa, a de­nominação é precisa e de grande ajuda, pois nos diz que, no concernente aos conteúdos do inconsciente coletivo, estamos tratando de tipos arcai­cos - ou melhor - primordiais, isto é, de imagens universais que existi­ram desde os tempos mais remotos...O ensinamento tribal é sagrado e perigoso. Todos os ensinamentos secretos procuram captar os acontecimentos invisíveis da alma, e todos se arrogam a autoridade suprema. O que é verdadeiro em relação ao ensi­namento primitivo o é, em maior grau, no tocante às religiões dominan­tes do mundo. Elas contêm uma sabedoria revelada, originalmente ocul­ta, e exprimem os segredos da aíma em imagens magníficas. Seus tem­plos e suas escrituras sagradas anunciam em imagens e palavras a doutri­na santificada desde eras remotas, acessível a todo coração devoto, toda visão sensível, todo pensamento que aîinge a profundeza. Sim, somos obrigados mesmo a dizer que quanto mais bela, mais sublime e abran­gente se tornou a imagem transmitida pela tradição, tanto mais afastada está da experiência individual. Só nos resta intuí-la e senti-la, mas a ex­periência originária se perdeu Por que é a psicologia a mais nova das ciências empíricas? Por que não se descobriu há muito o inconsciente e não se resgatou o seu tesouro de imagens eternas? Simplesmente porque tínhamos uma fórmula religio­sa para todas as coisas da alma - muito mais bela e abrangente do que a experiência direta. Se a visão cristã do mundo esmaeceu para muitos, as câmaras dos tesouros simbólicos do Oriente ainda repletos de maravi­lhas podem nutrir por muito tempo ainda o desejo de contemplar, usando novas vestes. Além do mais, estas imagens - sejam elas cristãs, budistas ou o que for - são lindas, misteriosas e plenas de intuição. Na verdade, quanto mais nos aproximarmos delas e com elas nos habituarmos, mais se desgastarão, de tal modo que só restará a sua exterioridade banal, em seu paradoxo quase isento de sentido. O mistério do nascimento virginal ou a homoousia do Filho com o Pai, ou a Trindade, que não é uma tríade, não propiciam mais o vôo da fantasia filosófica. Tomaram-se meros ob­jetos de fé. Não surpreende, portanto, que a necessidade religiosa, o sen­tido da fé e a especulação filosófica do europeu culto se sintam atraídos pelos símbolos do Oriente - pelas grandiosas concepções da divindade na índia e pelos abismos da filosofia taoísta na China - tal como outrora o coração e o espírito do homem da Antigüidade foram seduzidos pelas idéias cristãs. Há muitos que se entregaram inicialmente aos símbolos cristãos a ponto de se emaranharem numa neurose kierkegaardiana, ou cuja relação com Deus - devido ao crescente depauperamento da simbó­lica, evoluiu para uma insuportável e sofisticada relação Eu-Tu - para cairem depois vítimas da novidade mágica e exótica da simbólica oriental. O sucumbir à nova simbólica não significa necessariamente sempre uma derrota; apenas prova a abertura e vitalidade do sentimento religioso. ..."

No comments: